Recife realiza sua 17ª Conferência Municipal de Saúde
- recifecms
- 4 de jul.
- 5 min de leitura
Entre os dias 25 e 27 de junho de 2025, o Centro de Convenções de Pernambuco foi palco da 17ª Conferência Municipal de Saúde do Recife. Com o tema central "Fortalecimento do Controle Social em defesa da atenção básica como pilar do SUS: Recife no caminho da humanização, expansão, qualificação e integralidade da rede de saúde", o evento reuniu mais de 600 participantes entre usuários(as), trabalhadores(as), gestores(as), prestadores(as) de serviço, observadores(as) e convidados(as). A conferência reafirmou a importância do controle social na definição das políticas públicas de saúde.
Esquentando a manhã, os(as) participantes foram recepcionados(as) com um autêntico trio de forró pé-de-serra, celebrando a cultura nordestina e dando início aos trabalhos de forma animada, acolhedora e com muito forró no pé. Após acomodados(as) no auditório, os(as) participantes da 17ª Conferência puderam conhecer todos(as) os(as) conselheiros(as)
A solenidade de abertura, realizada na manhã da quarta-feira (25), contou com a presença da coordenadora geral do CMS-Recife, Dayse Lopes; da secretária Municipal de Saúde, Luciana Albuquerque; da representante do Conselho Estadual de Saúde, Sra. Sônia Pinto; do superintendente do Ministério da Saúde em Pernambuco, Sr. Rosano Carvalho; e do presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereador Tadeu Calheiros.
A coordenadora geral do CMS-Recife, Dayse Lopes, destacou os desafios enfrentados para a realização da conferência: “Cada metro quadrado dessa conferência foi pensado e planejado durante meses. Passamos pelos oito distritos, realizamos plenárias microrregionais, e foi muito bom reencontrar usuários, trabalhadores e gestores. Essa conferência foi construída a muitas mãos por usuários, trabalhadores e gestores, temos o desafio de construir um belo Plano Municipal de Saúde para os próximos quatro anos”, concluiu Dayse.
A secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, reforçou a importância do controle social e da união entre os entes federativos na construção do SUS: “Cada um(a) de vocês representa uma vitória. Quando a gente vê esse auditório lotado, percebemos o quanto ainda acreditamos no controle social e na participação popular. É isso que queremos: o fortalecimento do SUS. O SUS não se faz sozinho, não se faz apenas no Ministério da Saúde. Ele se constrói junto com o município, o estado e o governo federal trabalhando lado a lado”, finalizou Luciana.
A representante do Conselho Estadual de Saúde, Sônia Pinto, fez questão de ressaltar a importância da articulação entre os conselhos municipais, estaduais e nacionais para a efetivação do SUS: “Estamos aqui reafirmando que o controle social é vivo, ativo e necessário. O que acontece em Recife ecoa em todo o estado. Precisamos fortalecer os conselhos de saúde em todas as esferas, garantindo que a voz do povo continue sendo ouvida e respeitada na construção das políticas públicas. Essa conferência é um exemplo de resistência e compromisso com um SUS mais justo e acessível para todos e todas”, afirmou Sônia.
O superintendente do Ministério da Saúde em Pernambuco, Rosano Carvalho, ressaltou a importância das conferências como espaços democráticos e de construção coletiva: “As conferências de saúde são espaços verdadeiramente democráticos, onde deve prevalecer o diálogo e o entendimento em busca das melhores decisões para a saúde pública. Precisamos olhar com atenção para o território, enxergar todas as populações negras, LGBTQIA+, pessoas em situação de rua e construir uma política de saúde que atenda a todos e todas. O controle social é fundamental nesse processo, porque as diretrizes que sairão daqui vão embasar o próximo Plano Municipal de Saúde. É uma grande responsabilidade, mas também uma oportunidade de fortalecer o SUS como patrimônio do povo brasileiro’, pontuou Rosano.
O vereador do Recife e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Tadeu Calheiros, reforçou o papel do Legislativo no fortalecimento do SUS: “É uma satisfação muito grande estar aqui representando a Câmara Municipal do Recife. Sempre acreditei na importância do controle social como instrumento máximo de participação, fiscalização e construção coletiva.”, disse Tadeu.
Após a abertura solene, foi realizada a leitura do Regimento Interno da 17ª Conferência, conduzida pela coordenadora geral do CMS-Recife, Dayse Lopes, e pelo vice-coordenador Euclides Monteiro. Neste documento, estavam contidas todas as orientações para o pleno funcionamento da conferência.
Ainda no primeiro dia da 17ª Conferência Municipal de Saúde do Recife, foram realizadas duas mesas temáticas que enriqueceram o debate e a construção coletiva de propostas.
A primeira mesa temática, intitulada “Fortalecimento do Controle Social a partir do resgate da participação popular em defesa do SUS”, foi coordenada pelo conselheiro Euclides Monteiro e contou com Domício Sá como expositor e pela conselheira Sulamita Mendonça como debatedora. Durante sua fala, Domício destacou a importância da mobilização da sociedade civil e dos conselhos de saúde como instrumentos essenciais na defesa de um SUS público e de qualidade. Ele ressaltou que o controle social só se fortalece quando há participação ativa dos usuários nos espaços de decisão e planejamento das políticas públicas de saúde.
Em sua contribuição, a conselheira Sulamita Mendonça reforçou que “é preciso resgatar o espírito coletivo que deu origem ao SUS, garantindo que cada cidadão e cidadã compreenda seu papel na construção e na defesa desse sistema". Sem a escuta dos territórios, não há como falar em democracia no SUS”, concluiu Sulamita.
A segunda mesa temática teve como tema “Qualificação e integralidade da rede de saúde do Recife”, com coordenação da conselheira Sémares Vieira, exposição de Aristides Vitorino, tendo como debatedora a Sra. Tereza Campos. Aristides trouxe uma análise crítica sobre os desafios enfrentados pela rede municipal, apontando a necessidade de melhorar a estrutura das unidades, garantir maior resolutividade na atenção básica e ampliar a integração entre os níveis de atenção. Ele enfatizou que a qualificação da rede passa também pelo fortalecimento da educação permanente dos profissionais e pelo compromisso com a humanização do cuidado.
Tereza Campos destacou que “não se trata apenas de ampliar o acesso aos serviços, mas de garantir que esse acesso seja digno, acolhedor e resolutivo. A integralidade do cuidado exige diálogo entre os profissionais, escuta qualificada e um olhar atento às necessidades reais da população”, finalizou Tereza.
O primeiro dia da 17ª Conferência Municipal de Saúde do Recife encerrou-se com uma programação intensa, marcada por falas inspiradoras, debates e forte participação dos diversos segmentos sociais. As mesas temáticas mostraram que o fortalecimento do SUS passa pela escuta ativa, pela qualificação da rede e, sobretudo, pela valorização do controle social e da participação popular.
Comments