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Conferência de Saúde do Recife – Amanhã vai ser outro dia


Foi realizado no dia 18 de abril o maior evento voltado para o Controle Social na cidade do Recife. Trata-se da 16ª Conferência Municipal de Saúde do Recife que esse ano reuniu cerca de 360 pessoas entre delegados(as) usuários(as), trabalhadores(as), gestores(as), convidados(as) e observadores(as) que tiveram a oportunidade de discutir sobre o tema da conferência e aprovar propostas que serão encaminhadas para a etapa Macrorregional da 10ª Conferência Estadual de Saúde de Pernambuco.


“Este é um momento onde a gente finaliza todo o processo de construção da nossa conferência que começou com a realização das Plenárias Ampliadas, onde a gente ouviu a população e também elegemos todos os representantes dos Distritos Sanitários para estarem aqui aprovando as propostas que serão enviadas para a conferência estadual”, disse o coordenador do CMS-Recife, Oscar Correia. “Esse é um momento muito importante para a gente que luta diariamente pelo controle social e por melhoria no SUS”, conclui.

Presente na mesa de abertura, a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, saudou a plenária e falou da importância da conferência. “Esse é o ápice do SUS, onde podemos unir os segmentos em prol de um objetivo que é a luta pela qualificação dos serviços no SUS Recife. Os desafios são muitos (...) sabemos o quê a população passa no dia a dia e aqui é o momento para propor melhorias para esses problemas que enfrentamos diariamente”, disse. A secretaria aproveitou a oportunidade para relembrar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela gestão nesses últimos anos. “Tivemos o desafio de entender a rede, sentar com a população, olhar olho no olho para entender as problemáticas e saber por onde começar as priorizações necessárias para minimizar o leque de desafios que Recife possui”, conta.


Também convidado para participar da mesa de abertura, o superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Pernambuco, Rosano Carvalho, falou do significado dessa conferência. “Estamos saindo de um período muito difícil, onde a saúde foi a área mais atacada. Ainda temos vários reflexos por causa dos desmontes sofridos nos últimos quatro anos, mas a conferência vem para reestruturar e dar um ânimo para um amanhã melhor”, ressalta.


Marco na história do Brasil, a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), realizada em 1986, foi citada como um momento que nunca deve ser esquecido, afinal, foi a partir da 8ª CNS que se pode contribuir para a formulação de um novo sistema de saúde e auxiliar nas discussões sobre a futura Constituinte. “Ter os conselhos de saúde empenhados nas realizações das conferências é um momento tão importante, pois se torna uma marca tal qual foi a oitava conferência. Esse é um momento político histórico, onde a saúde é colocada num lugar central, nos unindo e reafirmando a saúde como um direito humano”, disse a conselheira Nacional de Saúde, Madalena Margarida. Na ocasião, Madalena aproveitou para deixar um sentimento de esperança. “Esse é um momento de ver as expectativas para traçar novas estratégias e como o tema da conferência traz em si, é uma grande esperança revolucionária quanto ao direito à saúde para todas as pessoas”, conclui.


Também estiveram presentes a gerente da I Geres, Polyana Ribeiro, que enalteceu o cuidado de Recife com as pessoas e a Promotora do Ministério Público, Helena Capela, que reforçou a importância da conferência desejando que as "discussões sejam produtivas e de acordo com os princípios que rege o sus”.


Já o presidente do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco, Euclides Monteiro, destacou que os trabalhos de grupo serão de extrema valia. “É difícil um município grande como esse, num trabalho como esse, tirar uma proposta por eixo. Mas o Estado teve que tomar uma decisão, pois recebemos propostas dos 186 municípios de Pernambuco e isso já é um grande número de propostas”, conta. “Porém, mesmo sabendo da limitação temos certeza que o que vai sair dos grupos serão propostas escolhidas da forma mais democrática e vai servir para a população para construir o controle social e manter o SUS forte”, conclui.


Ao todo foram aprovadas oito (08) propostas, uma por eixo temático, e que traduzem o desejo da população recifense de melhorias para problemas de saúde existentes sob um olhar mais ampliado, ou seja, problemas que englobam as regiões de saúde da I Macrorregião do Estado. Os eixos temáticos foram: Fortalecer a atenção primária em saúde como ordenadora do cuidado e das Políticas Estratégicas e de equidade; Fortalecer as Redes de Atenção à Saúde com prioridade ao acesso regionalizado; Fortalecer a Política de Assistência Farmacêutica; Desenvolver as ações estratégias de Vigilância em Saúde; Qualificar e inovar os processos de Governança e Gestão Estratégica e participativa da Saúde; Propor estratégias para ampliação adequada dos investimentos em saúde de forma regionalizada; Fortalecer o Controle Social no SUS e; Pernambuco na luta por um adequado financiamento do SUS.

Ao longo da plenária, os participantes puderam acompanhar a leitura do Regimento Interno da 16ª Conferência, feita por Oscar Correia e Janaína Brandão, coordenador e vice-coordenadora do CMS-Recife, bem como acompanhar a leitura das moções, das propostas aprovadas nos grupos de trabalho e o resultado da eleição da delegação do Recife para a etapa Macrorregional da 10ª CES-PE.

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